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Apenas um garoto - Bill Konigsberg

Livro: Apenas Um Garoto
Autor: Bill Konigsberg
1ISBN-13: 9788580415896
ISBN-10: 8580415896
Ano: 2016 / Páginas: 256
Idioma: português 
Editora: Arqueiro
Nota: 

Seamus Rafael Goldberg, ou simplesmente, Rafe, é um garoto normal, que vive em Boulder, Colorado, com seus pais.

Você se atentou à palavra normal na frase anterior, não é mesmo? Pois é assim que Rafe gostaria de ser visto e tratado, porém, no auge de seus 13 anos de idade, sua vida mudou completamente. Para os outros, pelo menos.

Aos 13 anos, Rafe decidiu assumir para todos algo que sempre soube. Ele era gay. E bem, não espere um história sofrida, com bullying e etc. Ele foi bem aceito. Por seus pais, por seus colegas, por sua escola. Mas Rafe se tornou isso. Um garoto gay. O porta voz de uma causa. Não mais Rafe, o filho dos pais meio malucos, que gosta de esportes e tem amigos. Rafe se tornou um rótulo.

Ele não podia mais praticar esportes sem os outros garotos acharem que ele estava lá só para paquerá-los. Tinha que mostrar o ponto de vista dos gays no movimento estudado em sala de aula. Se tornou inspiração para os outros jovens gays de sua cidade.

Rafe estava cansado. Não queria mais ser rotulado. Não queria mais ser o garoto gay. Queria ser só o Rafe. Ser apenas um garoto.

E foi por tal motivo que ele decidiu atravessar estados e entrar em uma escola só de meninos. Ali, ele poderia começar de novo. Ser um garoto normal, arrumar confusões, amigos, e tudo isso por ser ele mesmo, e não não gay.

Por escolha, consciente ou não, ele decide voltar para o armário e não revelar sua sexualidade para ninguém. E por um tempo isso realmente resolve, mas nada dura para sempre, não é mesmo?

Narrando as reflexões de Rafe, apenas um garoto nos conta a história de um menino que gostaria de viver sem servir de base para ninguém.

Em meio as descobertas naturais da adolescência, ele se perde em meio a dramas e segredos. Acaba percebendo que não tem como lutar contra os sentimentos, e que a amizade, pode ter se tornado algo maior.

Lutando não apenas contra esses sentimentos, Rafe acaba envolvendo seus pais e sua melhor amiga na volta para o armário, deixando-os preocupados, e por vezes bravos com suas escolhas.

Tenho que confessar que em certos momentos também fiquei brava com ele. Porque esconder quem você é de verdade? Porque mentir para seus amigos e forçar a sua família a embarcar nessa? Mas, passada a raiva, entendi o que ele sentiu.

Acredito que todos nós já passamos por momentos em que desejamos ser outras pessoas. Quem nunca pensou em se reinventar na volta do ano letivo? Ou que gostaria de se livrar do rótulo de nerd, gordo, quatro olhos? Quem somos nós para julgar?

É isso que Rafe tentou fazer. Ele queria ser ele mesmo, fazer o que gostava, sem ninguém para lhe tacar na cara que tudo o que ele fazia, era feito por um gay.

Entretanto, o livro não conseguiu me cativar.

A escrita do autor é muito sem sal. A história não tem nenhum ápice, nenhuma ação. É sempre a mesma linha de sentimentos. Não consegui capturar nenhuma sensação expressada pelo personagem. Não houve raiva, vergonha, desespero, amor. É como se ele sempre estivesse com a mesma cara.

Se a intenção do autor era levantar a bandeira do homossexualismo, ele falhou. Bill apenas nos mostrou o que se passa dentro da cabeça de um guri que não sofreu preconceitos, muito pelo contrário, sempre teve apoio, e não estava satisfeito com isso.

Achei o protagonista monótono e o enredo previsível. Não me conquistou.

Enfim, este é mais um livro lido e resenhado em parceria com a editora Arqueiro.

Espero que gostem.

Carol.

Um comentário

  1. Oi Carol, a sua resenha foi ótima!!! Sua opinião excelente. Lendo a resenha, percebi que o livro não teve emoção alguma, e acho super válido a sinceridade ao fazer uma resenha!!!
    Com carinho
    One

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